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Tecnologia e acessibilidade: Democratizando o acesso financeiro

Tecnologia e acessibilidade: Democratizando o acesso financeiro

07/11/2025 - 22:51
Yago Dias
Tecnologia e acessibilidade: Democratizando o acesso financeiro

Vivemos um momento de profunda transformação no setor financeiro brasileiro. A convergência entre inovação tecnológica e o compromisso com a inclusão social tem permitido que milhões de pessoas tradicionalmente excluídas do sistema bancário possam finalmente participar ativamente da economia.

Este artigo explora como a combinação de soluções digitais e práticas de acessibilidade está abrindo portas para todos, sem exceção.

Introdução: O conceito de tecnologia aplicada à inclusão financeira

Nos últimos anos, o termo tecnologia e acessibilidade deixou de ser apenas um jargão corporativo e se tornou um verdadeiro motor de inclusão. Ferramentas digitais, sistemas de autenticação por biometria e plataformas remotas vêm criando oportunidades para que pessoas de baixa renda, idosos e pessoas com deficiência possam usar serviços bancários de forma ágil e segura.

Ao democratizar o acesso, reduz-se a dependência de agências físicas e diminui-se a burocracia, permitindo que indivíduos possam realizar operações financeiras básicas sem barreiras geográficas ou físicas.

O cenário atual da inclusão financeira no Brasil

Dados recentes indicam que aproximadamente 30% dos brasileiros já utilizam serviços oferecidos por fintechs. Esse movimento acelerou a participação de quem antes estava fora do sistema formal, ampliando a base de clientes e diversificando o perfil dos usuários.

Além disso, mais de 60 milhões de pessoas no país compartilham dados financeiros por meio do Open Finance, recurso que favorece a oferta de produtos tailor-made e competitivos. Há um público potencial de 17 milhões de pessoas com deficiência e cerca de 31 milhões de idosos que, sem soluções adaptadas, permanecem à margem das inovações.

A expansão da telefonia móvel foi outro fator decisivo, pois permitiu que pequenas micro e nanoempresas, muitas vezes em áreas rurais ou periferias, pudessem movimentar recursos, receber pagamentos e contratar seguros de forma online.

Principais atores e tecnologias que democratizam o acesso financeiro

  • Fintechs: Empresas digitais como Nubank e Banco Inter oferecem contas, empréstimos, investimentos e pagamentos com menor burocracia e menores taxas.
  • Open Finance e PIX: O PIX revolucionou a mobilidade de recursos em tempo real, enquanto o Open Finance estimula comparação e portabilidade de serviços.
  • Iniciativas de acessibilidade digital: Plataformas que adotam leitores de tela, comandos por voz e interfaces de alto contraste tornam operações mais inclusivas, como no caso do Banco BV.
  • Soluções multibiométricas: Sistemas como o Atmo Banco24Horas utilizam biometria para viabilizar saques e depósitos em comércios conveniados, suprindo a ausência de agências.

Benefícios da tecnologia para a inclusão financeira

A adoção de tecnologia no setor financeiro traz vantagens que vão muito além da comodidade. A redução de custos operacionais permite oferecer taxas mais competitivas, beneficiando clientes de baixa renda e pequenos empreendedores.

O acesso remoto elimina deslocamentos, ideal para quem vive em regiões isoladas ou possui mobilidade reduzida. Além disso, a personalização de serviços bancários assegura que cada usuário receba produtos adaptados ao seu perfil e à sua necessidade.

A desburocratização resulta em processos de abertura de conta e concessão de crédito mais rápidos, com análise de risco automatizada por meio de algoritmos de IA.

Desafios e barreiras para uma inclusão plena

Apesar dos avanços, ainda existem obstáculos significativos. A desigualdade no acesso à internet faz com que muitas regiões rurais e periféricas permaneçam desconectadas, limitando o alcance das soluções digitais.

A educação financeira e digital ainda é deficiente em grande parte da população, o que aumenta a vulnerabilidade a golpes e desestimula a utilização de serviços online.

Além disso, a insuficiência de interfaces adaptadas para pessoas com deficiência impede que muitos façam operações sem auxílio de terceiros, expondo-os a riscos de segurança e violação de privacidade.

A resistência cultural ao ambiente digital e as complexas normas regulatórias também podem frear a adoção de inovações, exigindo constante diálogo entre empresas, governo e órgãos reguladores.

Medidas recomendadas e tendências

  • Investir em interfaces de fácil navegação e tecnologias assistivas, como leitores de tela e comandos por voz.
  • Promover programas de capacitação em educação financeira e digital junto a comunidades vulneráveis.
  • Aplicar inteligência artificial para personalizar ofertas e detectar fraudes de forma proativa.
  • Expandir a instalação de expansão de caixas eletrônicos adaptados em pontos estratégicos de regiões carentes.
  • Aprimorar a regulação para equilibrar inovação e proteção do consumidor.

Exemplos e cases de sucesso

  • Banco24Horas (Tecban): Terminais multibiométricos em áreas rurais, garantindo acesso a serviços bancários básicos.
  • Banco BV e Vox Capital: Implementação de tecnologias de acessibilidade digital para navegação autônoma.
  • PIX: Facilitação de pagamentos instantâneos por pequenos valores, integrando microempreendedores ao sistema formal.
  • Fintechs como Nubank: Combinação de conta digital sem tarifas e interface intuitiva para diversos perfis.

Números relevantes para o artigo

Conclusão

A democratização do acesso financeiro só será plena quando tecnologia, inovação e acessibilidade caminham lado a lado. Fintechs, soluções digitais e iniciativas de acessibilidade já estão transformando o ecossistema bancário brasileiro.

Para alcançar a inclusão total, é fundamental que o setor financeiro, o poder público e a sociedade civil unam esforços em educação, infraestrutura e regulação, garantindo que ninguém fique para trás.

Yago Dias

Sobre o Autor: Yago Dias

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