No atual cenário bancário, o relacionamento entre instituições financeiras e clientes evolui de transacional para consultivo. Os bancos deixam de ser apenas guardiões de recursos e se tornam conselheiros financeiros personalizados. Esse movimento é impulsionado pela integração de tecnologias avançadas e pela regulamentação que permite o compartilhamento de dados.
A hiperpersonalização como pilar estratégico ganhou força no Brasil. Instituições financeiras utilizam informações de diversas origens para moldar ofertas de acordo com perfis, objetivos e momentos de vida de cada cliente.
Segundo pesquisa recente, 79% dos bancos no país já aproveitam dados compartilhados pelo Open Finance para criar produtos sob medida, enquanto 64% empregam IA para ofertas customizadas em tempo real. Esse movimento reflete uma tendência global que considera o cliente no centro das decisões.
A transformação é sustentada por três grandes vetores:
Esses motores colaboram para entregar experiências ajustadas a demandas, trazendo mais agilidade e precisão nas interações.
O Banco do Brasil destaca-se como pioneiro na adoção de IA em seu gestor financeiro. Em 2024, a ferramenta “Minhas Finanças Multibanco” alcançou resultados expressivos.
Desde a integração com o Open Finance, 3 milhões de planejamentos foram realizados, totalizando R$ 22 bilhões em metas estabelecidas.
Além dos números, 74% dos bancos relatam redução de custos e ganhos de eficiência, 47% percebem maior personalização de serviços e 37% melhoram na previsão de tendências comportamentais.
A qualidade do atendimento e a capacidade de oferecer soluções personalizadas tornaram-se diferenciais competitivos. Segundo levantamento, 88% das instituições apontam a experiência do cliente como foco principal.
Pesquisa Octadesk/Opinion Box revela que 70% dos consumidores preferem instituições que personalizam seu atendimento, aumentando a fidelização e o engajamento.
Entre 2017 e 2023, o número de fintechs na América Latina cresceu 340%, chegando a mais de 3.000 empresas. Muitas se posicionam oferecendo serviços de educação financeira e inclusão digital, com aplicativos que orientam o usuário em decisões de consumo e investimento.
Cerca de 78% das instituições, sejam bancos tradicionais ou fintechs, investem em iniciativas de educação financeira, disponibilizando conteúdos interativos, simuladores e aconselhamento personalizado.
Apesar dos avanços, a percepção de valor pelo cliente ainda é um ponto a aprimorar. Aumentar a satisfação após a implementação de IA requer alinhar tecnologia e expectativas reais de cada perfil.
A segurança e a privacidade dos dados tornaram-se prioridades. Estratégias robustas de proteção, criptografia avançada e governança de dados são essenciais para sustentar a confiança do usuário.
No horizonte, ganham força parcerias com serviços não financeiros e movimentos de sustentabilidade, apontando para um futuro em que o banco se consolida como um verdadeiro conselheiro 360º, apoiado pela automação inteligente e pela centralidade no cliente.
Referências