Em um cenário de constantes incertezas econômicas, muitos brasileiros buscam estratégias para blindar seu patrimônio. A oscilação do real, aliada a fatores internos e externos, pode comprometer o poder de compra e o planejamento financeiro de curto e longo prazo. Neste artigo, vamos explorar as motivações, alternativas e cuidados necessários para preservar o poder de compra por meio de investimentos em dólar.
Mais do que números, trata-se de construir uma carteira financeiramente equilibrada capaz de resistir a choques cambiais e flutuações de juros. Acompanhe nossas recomendações e veja como dar os primeiros passos rumo a uma proteção eficaz.
O Brasil encerrou 2024 com inflação de 4,56%, teto da meta, e iniciou 2025 com a taxa Selic em 13,25%. Analistas projetam que ela possa atingir 15% até dezembro para controlar a alta de preços. Em paralelo, o real acumulou desvalorização de cerca de 27% frente ao dólar no ano passado, impulsionado por expectativas fiscais negativas, elevação de juros nos EUA e um ambiente político volátil.
O crescimento do PIB de 3,3% em 2024 dá lugar a uma perspectiva mais moderada de 2,1% para 2025. Esse contexto reforça a necessidade de alta volatilidade cambial brasileira e mostra como a diversificação pode ser uma resposta inteligente para investidores de diferentes perfis.
O dólar americano exerce papel de referência global e, para o investidor brasileiro, serve como um verdadeiro escudo contra crises domésticas. Ao adquirir ativos atrelados à moeda, é possível minimizar perdas em períodos de desvalorização do real e proteger a estratégia de investimentos.
Além disso, a diversificação internacional reduz riscos específicos do Brasil, como mudanças fiscais abruptas ou pressões inflacionárias. Em carteiras bem construídas, recomenda-se manter uma parte da carteira em dólar – normalmente entre 10% e 20% –, conforme orientações de gestores e fundos institucionais.
Há diferentes caminhos para alcançar a proteção cambial eficaz e constante. A seguir, apresentamos os produtos mais acessíveis e comuns no mercado brasileiro:
Em setembro de 2025, o dólar oscila entre R$ 5,28 e R$ 5,30. Projeções apontam para R$ 5,51 no fim do ano e até R$ 6,69 em 2029, caso se mantenham as políticas monetárias rígidas nos EUA. ETFs como IVVB11 têm registrado crescimento constante no número de cotistas e no volume negociado na B3.
Estudos sugerem que investidores que alocam de 10% a 20% da carteira em ativos dolarizados apresentam menor volatilidade e preservação de patrimônio em cenários adversos. Empresas de agronegócio e mineração registraram resultados acima da média quando o dólar supera R$ 5,00.
Para estruturar uma carteira que inclua dólar, considere as seguintes recomendações:
Mesmo com vantagens claras, o investimento em dólar exige atenção a taxas, impostos e timing de entrada. A transferência direta de recursos ao exterior envolve custos e complexidade tributária, como IOF e declaração ao Banco Central.
Fundos e ETFs, apesar de mais simples, estão sujeitos às oscilações da moeda e ao desempenho dos mercados internacionais. Evite promessas de retorno fácil e escolha produtos regulados pelo Bacen e pela CVM para maior segurança.
1. Analise seu objetivo: proteção de patrimônio, renda ou diversificação.
2. Defina o percentual de dollarização: comece com 10% a 20% da carteira.
3. Selecione os produtos adequados: fundos cambiais, ETFs, BDRs ou conta internacional.
4. Acompanhe o mercado: revise sua estratégia sem se deixar levar por emoções de curto prazo.
Investir em dólar não é um modismo, mas sim uma técnica consolidada de proteção patrimonial. Em um país marcado por momentum de longo prazo e choques frequentes, ter parte dos ativos dolarizados fortalece a resiliência da carteira.
Lembre-se de buscar o conselho de especialistas financeiros antes de decisões mais complexas. Com disciplina, informação e estratégia, você poderá construir um portfólio capaz de enfrentar a volatilidade local e aproveitar oportunidades globais.
Referências