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Erros Comuns de Investimento e Como Evitá-los

Erros Comuns de Investimento e Como Evitá-los

09/11/2025 - 05:58
Yago Dias
Erros Comuns de Investimento e Como Evitá-los

Investir é um passo fundamental para construir patrimônio, atingir sonhos e garantir estabilidade financeira no futuro.

No entanto, muitos brasileiros enfrentam obstáculos silenciosos que comprometem o desempenho da carteira e a realização de metas.

Erro 1: Não Definir Objetivos Claros

Iniciar a jornada de investimentos sem estabelecer metas concretas equivale a navegar sem bússola.

Sem um horizonte temporal bem definido — seja para aposentadoria, compra de imóvel ou criação de reserva de emergência — é comum tomar decisões impulsivas.

Por exemplo, um investidor que pretende comprar seu primeiro apartamento em cinco anos pode acabar aplicando em produtos de longo prazo e perder liquidez quando mais precisar do dinheiro.

Erro 2: Ignorar o Perfil de Investidor

Cada pessoa possui um apetite diferente por risco, seja conservador, moderado ou arrojado.

Desconsiderar essa característica aumenta a chance de tensão emocional em momentos de crise e de desvio do plano inicial.

  • Conservador: busca segurança e prefere ativos com menor volatilidade.
  • Moderado: aceita oscilações moderadas em troca de ganhos médios.
  • Arrojado: tolera alta volatilidade visando maiores retornos.

A regulamentação da CVM exige que as corretoras articular o perfil ao recomendar produtos, mas muitos investidores ignoram os resultados do teste e optam por estratégias desalinhadas.

Erro 3: Falta de Diversificação

Concentrar recursos em uma única classe de ativo ou setor expõe o patrimônio a riscos específicos, como mudanças regulatórias ou crises econômicas.

Adotar uma estratégia de alocação equilibrada entre ativos (renda fixa, ações, fundos imobiliários e investimentos no exterior) pode reduzir a volatilidade total do portfólio.

Um exemplo ilustrativo é o impacto da pandemia em ações de companhias aéreas, que chegou a derrubar cotações em mais de 60% no primeiro semestre de 2020.

Erro 4: Desconsiderar Taxas e Impostos

Ao avaliar a rentabilidade de um investimento, muitos observam apenas o ganho bruto, sem considerar tarifas de administração, performance ou Imposto de Renda.

Um fundo com rentabilidade bruta de 12% ao ano e taxa de administração de 2% irá oferecer rendimento líquido muito inferior ao apresentado em relatórios.

Além disso, o IOF para resgates em curto prazo e tabelas regressivas de IR devem ser sempre incluídos na comparação entre alternativas.

Erro 5: Falta de Revisão e Acompanhamento

O mercado financeiro é dinâmico, reagindo a eventos macroeconômicos, decisões de política monetária e cenários geopolíticos.

Manter a carteira estática por longos períodos pode resultar em alocações obsoletas, como excesso de renda variável quando a Selic está em alta.

Especialistas sugerem uma revisão trimestral ou semestral, alinhando aportes às mudanças nas circunstâncias pessoais e no ambiente econômico.

Erro 6: Investir no que Não Entende

Novatos costumam ser seduzidos por projetos de criptomoedas ou ofertas iniciais de ações (IPOs) sem compreender a mecânica de mercado.

Em 2021, dados da B3 mostraram que 35% dos investidores em criptomoedas desconheciam as características de custódia e volatilidade associadas.

A regra de ouro é: nunca alocar mais do que 10% do portfólio em produtos que você ainda não domina tecnicamente.

Erro 7: Efeito Manada e Decisões Emocionais

Decisões baseadas em modismos, notícias sensacionalistas ou dicas de influenciadores sem respaldo analítico podem levar a prejuízos expressivos.

A compra de ativos no topo de ciclos e venda em momentos de pânico reflete o comportamento oposto ao ideal de comprar na baixa e vender na alta.

Erro 8: Misturar Finanças Pessoais e Empresariais

Pequenos empreendedores frequentemente usam os mesmos recursos para despesas do negócio e investimentos pessoais, perdendo o controle sobre o fluxo de caixa.

A separação clara entre as finanças permite mensurar rentabilidade, custos e planejar reinvestimentos corporativos com mais precisão.

Como Evitar Esses Erros

  • Estabeleça metas financeiras claras e mensuráveis antes de escolher qualquer produto.
  • Realize o teste de perfil em corretoras reconhecidas e siga as recomendações com disciplina.
  • Monte carteira diversificada por classes de ativos, regiões e setores.
  • Considere todas as taxas, custos e tributações ao analisar rentabilidade.
  • Agende revisões periódicas para rebalancear a carteira conforme mudanças no mercado.
  • Estude e evite produtos nos quais não tenha familiaridade mínima.
  • Separe rigorosamente contas pessoais e empresariais para melhorar a gestão.
  • Use simuladores e ferramentas gratuitas de instituições como B3 Educação e XP para planejar.

Contexto Econômico e Dados Relevantes

Em 2025, a taxa Selic brasileira está em torno de 10,50% ao ano, servindo de parâmetro para diversas aplicações de renda fixa.

A seguir, uma comparação simples entre opções comuns de investimento:

Incorporando Educação Financeira

Adotar um mindset de aprendizado contínuo é essencial para evoluir como investidor.

Cursos online, livros e consultorias qualificadas auxiliam na construção de base sólida de conhecimento, prevenindo erros comuns.

Plataformas como Doutor Finanças, Sofisa Direto e MAPFRE oferecem materiais gratuitos que podem fazer a diferença em sua trajetória.

Conclusão

Os principais erros de investimento decorrem de falta de planejamento, perfil inadequado e decisões emocionais.

Ao estabelecer objetivos claros, diversificar com critério e acompanhar de perto a evolução da carteira, o investidor aumenta significativamente as chances de sucesso.

Implante hoje mesmo essas práticas e construa uma jornada de investimentos robusta, alinhada aos seus sonhos e à realidade econômica.

Referências

Yago Dias

Sobre o Autor: Yago Dias

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